Sem saber que era impossível, foi lá e fez.

21/04/2013


Alegria , Alegria, biquini brasileiro, Dna carioca.
E mais Casa Daros, Nina Pandolfo, Catalina Estrada, Affonso Beato, e tantas outras cores, a cara do Brasil.


Catalina Estrada é bem verdade, a gente pega emprestado. Tudo a ver. Cores vibrantes, motivos animais leia se vários gatos,leões, tigres, envoltos por vermelhos , verdes e azuis.  Cenas do cotidiano sempre repletas de imagens que possuem sabores e cheiros, o que faz da pintura um  quase viver. Flores de desenho ingênuo, e muito vivas, o óptico jamais frio e sim com figuras infantis, transforma  a experiência numa verdadeira viagem psicodélica.

A arte da Colombiana Catalina (www.catalinaestrada.com)  ganhou tecidos, subiu paredes, transformou se em sapatos e até mesmo estamparia  de carros, como a edição limitada do Smart.  Me faz lembrar a fotografia divina do filme de Gabriel Garcia Marques também colombiano, Amor nos tempos de cólera, que bebe ma mesma fonte das cores de Almodovar, um brasileiro. Cores de Almodovar como canta Adriana Calcanhoto, falam por si só, mas são cores de Beato.
E claro sem esquecer as cores de Frida Khalo. Que cores, que cores. Sofrida Frida, nunca Kalou suas cores.
 Claro, atrás disso tudo o diretor brasileiro de fotografia Affonso Beato trabalha escondido, deixando a direção de fotografia de Almodovar e outros uma marca. Ele, marido de uma amiga de ginásio, que tive o prazer de conhecer e poder ver um pouco de perto, o modus vivendis, de onde parte a inspiração. Beato carrega dentro dele, com certeza todos os matizes que encarnam cenários, personagens, luzes exatas dando alma ao s filmes de coração latino. E sou subliminarmente seduzida, ali a identidade latina fala alto.  N um jantar em casa de Fernanda, ficamos bebericando no Studio dele, de frente para o verde da Gávea, um Studio escuro, aconchegante, repleto de fotografias preto e branco, tapetes marrons, confortáveis sofás, ao lado de uma sauna e piscina. Não, não tinha cores. E percebi que as cores estão é dentro dele mesmo. Aquele ambiente só propicia a viagem.

Uma brasileira, Nina,  paulista do interior,  Tupã, uma cidade que por sinal minha mãe morou muito tempo, tem uma expressão em arte de rua que admiro bastante. Uma arte descolada, que apesar de alguns motivos terem o mar como foco, é um mar paulista, é o fundo do mar e não a praia, como traduz mais os cariocas. Cenas da rua hilárias, gatinhos novamente super dengosos, a exuberância da valorização do vinculo afetivo homen – animal. E com forte componente desiderativo, o sonho e imaginação como elemento visual de prazer.  www.ninapandolfo.com.br . Casada com um dos Gêmeos,  tem seu trabalho reconhecido em várias partes do mundo em street art. E eu, queria sim , muito, muito ter uma das sua bonequinhas em casa. Tem uma que acho uma graça, a gravidinha!



E por falar em praia e cores, o desfile de biquínis do Rio Fashion Week para min foi um dos melhores.  Críticos dizem que não foi sua melhor edição, e que o desfile como um todo aponta para uma transformação da moda brasileira, com identidade própria. Eu já penso isso há muito tempo. Entretanto não em todas as coleções. Existem umas ainda com forte influência europeia e americana. Eu diária que a americana persiste no mesmo enredo muito jeans, muito preto, muita camiseta, e muito boné. Os que insistem na moda europeia me parecem carregar a ostentação ainda de tecidos muito caros, como o tafetá e a seda, sem trazê-los para mais perto de nós com tecidos fluidos e leves. A seda sim,  ponto para ela sempre. Mas também nosso linho, nossas rendas, nosso tricô.
                                                        Barroco Blue man
azulejaria klein Blue man
Salinas bonequinhas italianas

 Na minha amadora visão então sim posso concordar que estamos aproximando de nossa realidade com a valorização de cores fortes, motivos brasileiros, alguns até imperiais típicos, o nosso barroco. Numa outra ala, o minimalismo tem perfil extremamente brasileiro, carioca até eu diria, DIGA SE  de passagem, algumas cariocas  são o emblema  do minimalismo na moda há mais de 20 anos,  Andrea Saleto e Mariazinha, Andrea Marques.(vestido preto e branco óptico abaixo)

A linda mistura de tricô com tecido plano da Coven, fluidêz.


 Caras como só, ficavam no caminho da minha academia, entre Lagoa e Ipanema, me fazendo observar e até absorver quando possível a moda mais geométrica, linhos divinos, jogados desajeitadamente sobre o corpo e formando na verdade uma obra de arte ambulante, pois o caimento sempre impecável. E cá entre nós, isso me impregnou de algo que adoro, o menos, amo o menos, mesmo que esse seja mais simples,  mais pobre, mas menos piruá. Detesto exageros,aliás, nem muito de joias, adornos. Gosto de pele boa, dentes bons, corpo agradável, olhar feliz, e um pano qualquer que me valorize por cima. Como diz a genial Constanza Pascolatto, a moda é algo pra você transformar em seu, pegar da passarela, da vitrine e dar o seu toque, customizar no seu jeito e estilo de vida. Ponto bem grande para ela!
 Mara Mac, sempre discreta e divina

                  O grafismo minimalista de Nika Kessler e também seus biquinis fundo do mar.
Sim é esta moda autêntica que gosto. Essa moda que tem a ver com meu padrão de beleza, com corpos mais bronzeados e curvilíneos, com cabelos avantajados e rebolado próprio. Quando uma inspiração bebe em fontes brasileira, essa sou eu. Claro tem um look universal, pois a moda também globalizou.
Nada contra a frieza e elegância própria das europeias. Mas na minha cabeça, essa moda é delas. Para elas. Absorvo o que gosto e que posso, o que é muito raro.  Vejo em tudo que existe europeu, um equivalente mais autêntico brasileiro, mais meu, e mais apaixonante.  Por incrível que pareça, prefiro rasteirinhas e ballerines da Repetto, do que muito Dior, que jamais terá a ver com minha vida, por um motivo, eu não quero, eu tenho meus prazeres peculiares, brasileiros natos.
 Essa é igual a min, eu coloco e ela já vai trabalhar sozinha, vida de endoscopista não emplaca um salto pesado não, inadequado principalmente.


 Perfume sim, ahhhhhhhhhhhh eu amo perfume. Mas me bastam um ou dois, para o dia e para a noite. E nunca, nunca mesmo adocicados do tipo abaunilhados, já usei amadeirado, mas não é a minha. Floral e cítricos sim.
Se tem um perfume que acho o top do top, do sedutor, é um antigo Mystere de Rochas. Me lembra minha mãe, que o usou por anos a fio durante a minha adolescência, era o símbolo de feminilidade com toque de sedução,  para min. Delícia. Muito sofisticado,classificado como pungente, animálic, especidado e cálido com farto bouquet misturando rosas, ylang ylang e madressilva que na evolulçao e tipicamente floral. Ainda classificado sui generis e refinado pela mistura de aroma oriental e resinas exóticas,  só se presta a noit III ´E muito intenso, e sou apaixonada por ele, perfume raramente encontrado.  Ele é o famoso exemplo do PERFUMÂO, não tem outra.

 De dia, os Kenzos são minha paixão. E claro Issei Myake. Amo Issei.  Gosto de alguns da Calvin para o dia também. Isso é perfumes sem muita pieguisse, dão recado de cara. Cheguei, sutil,mas cheguei. E todos estes tem um Q refescante, tudo a ver para cariocona aqui. Estou pesquisando um pouco perfumes ultimamente, e posso dizer, sou muitoooooooooooooo difícil. Issei é um bom coringa se presta a noite num modelito informal, e ao dia num ambiente mais formal. Jamais comparado a uma colônia, é o Perfume e tal, aquele que todo mundo quer saber qual é. De dia ou de noite.

Fiquei na Europa sem sentir tentação neste sentido. Penso que o mai s importante para min eram lugares e pessoas do que coisas. Mas na Itália, não nego, fiquei tentada a comprar um vestido e comprei.Olha que bola certa, bola mesmo, um vestido de bolas, sensuai, preto com bolas graúdas beges ( o que sozinho já é um it, já que a maioria explora o branco).  Abertura na frente recortada numa seda de saia arredondada, alcinhas, e cintura alta, com uma faixa a la Sofia Loren. Lindoooooooo.  Uso pouco, mas é um super coringa. A foto está bastante feia no cabide, mas ele é totalmente dress to kill. Faço um cabelinho preso e show.

Por falar em Itália e Sofia Lorem, o desfile da Salinas, veio trazendo estas mesmas bolas graúdas, sobre pretos, verdes e amarelos. Um luxo. Um toque de pin up, lenços amarrados de forma divina, que tentarei imitar, nem que tenha que fazer um MBA. Se prestam muito a praia, final de tarde, onde você já sai dali com cabelos domados pelo charmoso amarrado e vai tomar um café, ou um chopp.  Tái, primeira vez que gostei mais dos biquínis Salinas do que Blue man que são os meus favoritos. Biquini Blue man é bater e valer. Comprar, vestir e boa praia. Você senta na praia e já se forma um triangulo atrás que se comporta muito bem, diante do público, mesmo sendo pequeno. Nada aparece, nada de pagar cofrinho vulgar. Alias esta expressão é bastante vulgar.Mas definiu o que chamo de um biquíni que veste bem. Carioca quer glamour, desde que uma marca não tão grande, e Bluem man sempre acertou nisso.
Este ultimo desfile, biquínis de passarelas, não representam os biquínis da vitrine.  Na vitrine tudo diminui de tamanho para ser vendido. E nesse ano ela abusou do barroco, com vivelas associadas a estamparias elaboradas, o azul Klein da azulejaria desceu para a passarela. Lindo,lindo! Todos estes podem ser vistos acima.


Por muito tempo, quando era mais nova , da adolescência até uns 25 anos, antes de encarar a medicina de verdade, que passa como um trator em cima da gente, e catapulta muito de nossos sonhos, tinha paixão por ter uma confecção de biquíni, e quando morava na Rural, cheguei a produzir alguns para min.  Bem, posso dizer que eram muito bonitos, vestiam muito bem pois eu tinha uma costureira divina, mas foi bom para eu confirmar, que meu negócio de verdade não era aquele.  Não aceitaria produzir mais do mesmo, i a querer investir em pesquisa de moda, em conhecer tecidos, indústrias, técnicas de estamparias, ia tomar uma proporção profissional, pois não sei ser amadora. Não sei e não gosto. Quando trabalhava na Barra as segundas feiras, cheguei a fazer um curso de customização de roupas, na Barrinha, na faculdade da Estácio, e foi muito divertido. Uma professora competente formada pelo Cetiqt especialista em estamparias, deu altos alos, e a turma reunida em volta de uma imensa mesa de corte, branca, quadrada, servia de palco para criação e muita conversa boa. É isso, preciso de um ventilador nas ideias, só medicina me pira. E digo, para conseguir um lugar ao sol na moda, em primeiro vem criatividade, sem segundo também, e em terciero muito estudo dirigido. E posso dizer dá certo, tinha uma amiga Barbara, ex adicta que se enfiou nessa e tem uma etiqueta linda descolada na Ipanema Secreta. (point apenas dos cariocas, dificil de se achar).


 Fico imaginando gente por ai, que gasta pra imprimir camisetas fake, motivos manjados, será que estas pessoas não veem que isso tem vida curta, começo meio e fim  pré determinados...Originalidade tem que ter respaldo , sustentação. Se não é moda pra um verão. E aí, a medicina falou mais alto. Se eu não tivesse uma formação, o que acho quase impossível, eu não dou ponto sem nó, eu não fico atoa, eu penso, espremo meu cérebro e crio movimentos que de alguma forma me levam a executar, concluir, com ou sem sucesso algo, mas se esta fosse a minha praia, fazer biquínis, com certeza eu já estaria bem colocada em algum lugar do país, e com crédito. Eu invisto, eu encaro, sem modéstia, eu faço acontecer. Com muita cabeçada, mas eu faço. O meu problema é esse, não sei não fazer.


E para finalizar um pouco de arte in loco.  Já foi uma grata surpresa, um lindo presente o Museu de arte do Rio, com aquela cobertura divina ligando o novo e o antigo. Showwwwwwwwww demais.
Temos agora de presente a Casa Daros, que abriga obras que antes ficavam guardadas somente na Suiça, mas de origem latina, e principalmente motivos brasileiros, como por ex a linda nossa senhora que tem sua moldura feita de entulhos da obra de restauração do casarão . Bem, nem precisa dizer, estou louquinha pra visitar. www.casadaros.net



Chega capitulo cores. Vou malhar, vou almoçar. cineminha etc