Sem saber que era impossível, foi lá e fez.

12/03/2017

Não tinha nada pronto, mas de pronto, virou algo muito agradável. Comidinhas 20 min para amigos







Pois é, minha geladeira não tinha grandes coisas, mas quem sempre tem temperos, de uma hora pra outra fiz um frango teriaki e chamei amigos, vieram 2. Durante  o almoço fizeram contato comigo Marcão de Angola, e Carlão da época da fac. Ambos super bem quistos, e mais, muito bem queridos a qualquer hora. Atendi, não faz mal algum, os amigos presentes entendem.  Que delícia, do nada se faz um evento mole, algumas cervejinhas, e ainda fiz um molho teriaki para quem quis. Arroz branco, salada e nada mais. Claro, minha leffe Eu deveria ser garota propaganda da Leffe

Depois de que todos sairam, eu tive um momento estranho, vendo Dogville mais uma vêz pra ver se eu mudava de ideia. Não mudo. É um grito do cachorro para uma sociedade surda.
E ao mesmo tempo lembrei que assisti a semana de Lars Von Trier, no Centre Pompidou, em 2009 em Paris, tive como companhia um amigo, de lá, que eu não tinha tanto vocabulário pra exprimir tudo que achei e me obrigava a mais palavras do que eu já uso.

E usei. Preciso colocar em palavras, para poder ser explícita. Ele não entendeu o filme, e o filme existe um outro por tras. O da reação , do  cineasta que explode um grito pensando que vai chegar em outro lugar, mas denuncia a si mesmo. Suas dores e ranço. Mas entendo. Sou sula americana mas entendo. Não sou dinamarquesa Não sou uma garota dinamarquesa mas entendo a morte do humano. O grito de alerta. Mas também o risco de sair de uma caixinha e entrar em outra.

E lembrei também de como eu amo. Eu amo, eu amo com minhas profundezas, minha superfície, não consigo enganar ninguém. Infelizmente amo o que me ignora, mas eu amo, não a relação. Verdadeiramente eu amo a pessoa, suas defesas, seus estragos, seus descompassos, seus atrasos, seus risos, suas derrapadas, eu amo como se fosse preciso alugar um lugar maior pra colocar este amor que se arrasta, pelos anos, pelos sonhos, pelos pesadelos, pelas noites, pelos dias, e pelas viagens que facó. Eu amo com uma dor incrível do amor por alguém que jamais vai levantar de um coma mas está vivo. Jamais vai levantar do espaço que ele mesmo está, mas está longe, está frio, está vivido em algum lugar que não é o meu, e que enfim parece que está perto desta hora da  morte, está perto da hora de desligar aparelhos de um amor que está vivo apenas pela intensidade do meu amor, e nao pela sua existencia. É hora enfim de desligar os aparelhos. Eu mereço.