Sem saber que era impossível, foi lá e fez.

17/02/2017

Poliamor e outras policonfusões.

    

Falar deste assunto não é fácil para especialistas, quiça para min, reles endoscopista. O que muito se fala por aí é que este tipo de relação a 3 ou a 4 correm o risco de se terminar com alguma mágoa.  Mas este risco  existe em qualquer relação humana, com poliamor ou não , até mesmo em grande parte das vezes por pouco amor, longe de poli. Amores exclusivistas, vampirescos, sanguinários, ciumentos, doentios, desplicentes, desconsiderados e outras situações onde a falta de um ingrediente podem causar muita dor estão em pilhas por aí mas parecem chocar menos a socidade.
O seriado que nem é tão novo, You, me and Her, versa sobre o tema. Eu o tenho assistido para dar sono e dormir, necessidade esta que adquiri há alguns anos, e principalmente após tentar parar de fumar e dormir bem cedo . Devo ter visto todos os seriados Netflix antigos e tidos como bons, agora parto para os de menor expressão.  O seriado do ponto de vista da discussão e argumento é fraco, ele vale mais a pena como registro da reação social em relação as situações vividas pelo trio.
Se um Wood Allen faz do assunto um filme gostoso de assistir como Vick , Cristina e Barcelona, de bom gosto, passando pelas loucuras do assunto independente das loucuras dos personagens, o seriado em compensação não surte a menor adrenalina ou clama nada pela poética. Posta questões e olhe lá.
Seria muito desejar a densidade e arte de Wood Allen na série, mas ela poderia ser melhorzinha. Penso eu, que uma certa passionalidade faz falta ao filme, que combinou tão bem com sangue latino e a Espanha com suas guitarras flamencas ao fundo. Um Javier Barden, uma Penelope Cruz (acho ela excelente neste gênero), e a beleza de contra ponto da Scarlet Johanson deixam com certeza o trio mais palatável. Em compensação, a frieza, falta de charme dos personagens do seriado deixa a relação mais normal e real. Nâo somos todos Javier, Scarlet e Penelopes. Somos professores, médicos, estudantes, batendo cabeça em relações nada cinematográficas, não pegamos um avião em uma cidade e saltamos em outra, onde existe uma divina casa de campo. Pegamos ônibus, engarrafamentos e pagamos contas o que deixa qualquer relação menos sedutora. Somos lingerie usada e não estalando de novas todos os dias.
Que a sociedade mete o nariz onde não é chamada é fato, que fica caricatamente explícito na série. O que tem a sociedade a ver com o fato de um casal não ter filhos, uma pessoa não ter filhos, uma pessoa ter um amante, dois ou três   Vai dizer que isso é o impulso de preservação da espécie que faz com que o individuo vigie o outro, a fim de evitar deslizes que possam por fim as relações Darwnianas que geram muitas e muitas criancinhas...Não não é . ..Ah demorou , isso é pura curiosidade, sadismo, pervesidade social, o outro quer é encher o saco mesmo. O  inferno são os outros como já falava o filósofo, numa frase extremamente lúcida.
Cada vez mais tenho para min que relacionamentos precisam de duas coisas para sobreviver uma é o pacto  bem feito. A outra é sexo bom. A terceira é o ideal, gostar do outro, da companhia do outro. Se existem as três coisas ótimo, existem muitos relacionamentos assim, que vão dando jeito na falta de dinheiro, no gênio ruim, e em tantos outros defeitos, para ir preservando os momentos bons. Enquanto isso, existem outros relacionamentos de pactos muito bem desenhados, como um exemplo que me vem a cabeça, do Cole Porter e sua amada, que o relacionamento era aberto e extremamente fechado nela. Na bela combinação de amizade e companheirismo. Existem casos assim, muitas vezes a base é outra (filhos a serem criados, uma sociedade próspera em negócios)  mas existem sim.  Algumas vezes o pilar do pacto se dissolve e o casamento vai atrás, como por ex filhos crescem e saem de casa, a sociedade ou fazenda é vendida... Outras vezes o sexo intenso, que não perde a graça, vai se modificando e evoluindo, junto com um companheirismo médio, e segura a relação. 
   A três, penso que o tripé é mais complexo. Na própria série existe uma polaridade, do casal e no outro extremo a estudante deixada em segundo plano, de forma tão clara que eles mesmo se questionam se deveriam ou não ouvir de vez em quando a opinião dela.  Entretanto tem casais que nunca acharam seu ponto de equilíbrio para fechar um pacto duradouro, nunca tiveram muita coisa em comum, nem um sexo tão intenso, assim não servem sequer de exemplo de casais. O que  tem de exemplo estes para criticar um casal homo ou trio etc? Nada. Apenas cumpriram um quesito da sociedade. . Dêem uma banana para ela, quem disse que temos cumprir algumas normas?  Temos que trabalhar, nos sustentar, pagar contas, agir sob uma ética básica, que não escraviza direitos , mas obedecer padrões?? Pra que e para quem?
Não não tenho mesmo nada contra a quem quer se arriscar no poli, duo,  mono, homo  etc rsrs
Cada vez mais me convenço que é uma opção ser monogâmico, solitário, poligâmico. Mas para eu estar inserida ainda prefiro a monogamia, ou estar só. Não me vejo fazendo um malabarismo de situações em harmonia. Sei vive las em sucessão apenas. E outra coisa que já me convencia há muito tempo. Só é possível ser feliz com um outro inteiro. Inteiro muito inteiro. Metades buscam no outro órgãos vitais para viver.  Não , precisamos ter dois fígados , dois corações, dois cérebros para haver autonomia. Senão é simbiose, e simbiose para parasitose é quase um pulo.


.  Uma coisa tenho reserva, não vou dizer contra pois não é o caso, mas sim me assusta a busca por felicidade precisar de multiplos, precisar agregar muitas pessoas, acho que o ideal, é quando se é reducionista neste quesito.

Mas continua em outro momento, pois volto a trabalhar pra fazer meu ultimo exame e ir a um churrasco hoje. Amanhã minha noite de degustar com amigos, os espumantes demi sec rose que ganhei, com delicias que preparei.  Fuiiiiiii